Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Cultura de Borla

A Cultura que não tem preço.

Workshop para Famílias sob a temática das Gualterianas e Oficina de Culinária com produtos da época são algumas das propostas de julho da Casa da Memória de Guimarães

Em julho, a Casa da Memória de Guimarães volta a propor uma programação regular intensa, com um leque de atividades que promovem o conhecimento e o convívio para os mais variados públicos. Há muito para fazer na Casa que se quer de todos.

 

image001.jpg

 

Em julho, após arrancar a sua programação com o habitual Guia de Visita – que este mês desafiou o poeta e professor João Almeida a levar os visitantes por uma viagem à sua memória da cidade – a Casa da Memória acolhe a segunda sessão do ciclo de conversas “Têxtil: A Memória do Futuro”, que terá como tema a “Indústria Têxtil e o Estado Novo”. “Têxtil: A Memória do Futuro” é um ciclo de conversas integrado num projeto de doutoramento a decorrer na Universidade de Coimbra que conta com a participação de historiadores, cientistas, empresários e trabalhadores. A comunidade é desafiada a envolver-se ativamente no debate e contribuir para a construção da memória coletiva da cidade industrial e têxtil em que Guimarães se transformou. No dia 13 de julho, às 21h00, este ciclo de conversas prossegue no tempo até ao período do Estado Novo, tendo como convidados Manuel Carvalho da Silva e Esser Jorge Silva, com moderação de Paula Ramos Nogueira.

 

No sábado, 15 de julho, a Casa da Memória propõe um dia bastante preenchido. Às 10h30, o Espalha Memórias (programa de visitas orientadas pela cidade) tem como ponto de encontro a Associação Artística da Marcha Gualteriana, já numa alusão às festas da cidade que acontecem em agosto. Neste workshop para famílias, pelas mãos dos obreiros da Casa da Marcha que preparam durante todo o ano o desfile de carros, ficaremos a conhecer um lugar polvilhado de papéis coloridos e brilhantes. No meio de muita labuta haverá ainda tempo para construir uma figura alegórica.

 

Às 16h00 do mesmo dia, as atenções viram-se para a culinária com a oficina À Roda das Estações: adoçando o verão, que dará a conhecer o património genético presente nos campos da região com potencialidades alimentares. Com esta oficina de culinária procuraremos aliar a sabedoria popular ao conhecimento científico. O enfoque será orientado para as ervas silvestres e frutas da época/da região como os morangos, as framboesas, as maçãs, beldroegas, dente-de-leão e uma infinidade de nomes que a terra nos dá, mas cuja aplicação tem caído no esquecimento. Garante-se um momento divertido e educativo com várias vozes, amantes da terra e da natureza: Carlos Ribeiro, produtor de frutos silvestres em modo biológico (Matamá/Guimarães); Raul Rodrigues, colecionador de maçãs regionais (Ponte de Lima) e a Cor de Tangerina (Liliana Duarte e Álvaro Dinis Mendes) para partilhar os métodos culinários que irão reconstruir uma nova roupagem gastronómica com produtos muito peculiares.

 

Julho reserva, ainda, mais um Domingos em Casa, uma oficina que acontece sempre no penúltimo domingo de cada mês e que procura diferentes interpretações para factos históricos, tradições, lendas, lugares ou objetos promovendo o convívio entre famílias, amigos, gerações, artistas e artesãos. Desta vez, à conversa entre agulhas e novelos, o tema será o Bordado de Guimarães, numa oficina marcada para as 11h00 do dia 23.

 

Ao longo do mês, para além da exposição permanente da Casa da Memória, é igualmente possível conhecer a exposição “Pergunta ao Tempo”, um projeto que resulta de um longo processo de reapropriação do património cultural pelas mãos das crianças de turmas do 4º ano de 13 agrupamentos escolares do concelho de Guimarães. Dentro da própria exposição permanente da Casa da Memória, os objetos, as histórias, os testemunhos recolhidos pelas crianças coabitam e dialogam com cada um dos núcleos expositivos. O património cultural, na sua materialidade e imaterialidade, a reflexão sobre a memória e as formas como a representamos, recolhemos e tratamos, envolveram todas as crianças, as suas famílias e a comunidade local, tornando assim a Casa da Memória num lugar de abrigo e de encontro da comunidade consigo própria. Recordamos que poderá ainda visitar a exposição temporária “Memento (Lembra-te)”, que reúne um conjunto de objetos e imagens provenientes de coleções particulares, onde se propõe recuar às primeiras décadas do século XX em Guimarães – a um tempo em que o mundo de trabalho estava em profunda transformação e o papel reivindicativo do operariado, embora timidamente, já se fazia sentir.

 

A Casa da Memória encontra-se aberta de terça a domingo, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 19h00. Aos domingos de manhã, a entrada é gratuita. Toda a programação pode ser consultada em www.casadamemoria.pt.